sexta-feira, 3 de outubro de 2014

                                                       Desconhecida



Todos os dias, me deparo com uma japonesa creio eu, que dorme, se habita no Terminal Parque Dom Pedro II.
Quem é ela?
Vejo-a determinante dias e até hoje,
Nesta situação o que fazias anteriormente?

Com uma sacola e um banco onde dorme dentro do Terminal.
Qual seu ideal?

O que lhe aconteceu para se encontrar nesta situação?
São Paulo, cinzento de dores, sofrimentos, e solidão.
É assim que à vejo passando horas sentada no chão.

Vejo também, sua família vir visitar,
Sabem que no Terminal ela estará.
Mas, me pergunto sempre que me deparo com você.
- O que lhe aconteceu?
Será que o mundo foi tão cruel, quanto Deus?

Imagino que sejam suas filhas, logo ali.
Indo ao seu encontro,  levando alguns trajes para a japonesa vestir,
Por que estas duas mulheres não façam alguma coisa, para esta situação não se repetir?
Conversa vai, conversa vem, sua filhas ou seja lá quem seja elas, se despedem,
Deixando-a sozinha novamente, mas será que elas não notam o que esta japonesa passa, ou não entendem?
Deixaram ali também alguns alimentos de comer.
Levaram água e sucos, e um jornal para ler.

Elas trouxeram na sacola uma marmita de comida.
Ainda me pergunto sempre que me deparo com você.
- O que lhe aconteceu?
Problemas com bebidas?
E não consegue solucionar, e não queres uma saída?
É isso que você quer para sua vida?
Penso também.
Será que foi tão incompetente,
À entregar sua vida e seus dias, ao consumo de entorpecentes?

Nunca á vi, procurando uma ocupação,
Qualquer lugar para morar.
E, se talvez pensavas em voltar para o Japão.

Na madrugada fria e solitária,
Ela caminha de um canto ao outro, impaciente;
Próximo de seu único banco onde ficais, com sua sacola ao lado posso sentir seus pensamentos flutuantes.

Nunca trocamos meras palavras.
Na realidade não sei nada sobre esta japonesa que estou escrevendo, não sei seu nome, não sei nada sobre sua vida.
Não á vejo pedir esmolas, não á vejo pedir comida, muito menos se embriagando com bebidas.
Posso ter sido negligente,
Ao optar o seu consumo de entorpecentes.

Não sei sua história, nem o que se passa em seu dia-a-dia,
Porém te olho com igualdade, no meio de toda esta sociedade.

Me refiro à uma japonesa de um Terminal, pelas marcas, pelo visto bem vívida,
Descrevo,e escrevo sobre uma desconhecida.

Ela não faz ideia que eu esteja escrevendo sobre ela.
Ela pode gostar ou não, 
Pois não tiro sua razão.
Simplesmente sou assim, eu olho, descrevo, e enxergo tamanha escuridão.

Me pergunto o porquê de sua família se isolar,
Para que de todos ao seu redor, você se afastar, e não encontrara um lugar para se habituar.

Ainda me pergunto, sempre que me deparo com você,
- O que lhe aconteceu?
O que a vida lhe ofereceu?
E assim, aqui penso eu.

Escrevendo sobre uma japonesa desconhecida,
Sofrida, abatida, triste, esquecida, porém muito vívida.
Ainda me pergunto, sempre que me deparo com você,
- O que lhe aconteceu?

De quem me refiro?
Me refiro á uma desconhecida.

                                                             'Anne Schlick'                                                     01/10/14 - 02:15am


                                     Kike





Fim do trabalho, nada a fazer,

Pego o celular e ao Edward Espinoza (Kike) vou escrever.
Em uma sessão de tatuagem ele está.
O que posso fazer?
Levar uma bebida e comemorar. Hey! O que há?
Estamos comportados,
Começo de semana, nada de exagerar.
Em horário de trabalho, um estúdio civilizado.
Com o Kike, irei brindar,
Duas bebidas de Kiwi quando o seu expediente terminar.
Estou aqui descrevendo estas palavras,
Por que depois da sessão nós não saberemos...
Fazemos a noite e veremos como ficar, 
Aproveitaremos de tudo antes da noite acabar.
Escrevo a Kike meu irmão,
Que caminha ao meu lado, sempre que for.
Grande pareceirão. 
Pode contar comigo, estarei sempre a seu dispor.


                                                                                                  'Anne Schlick'
                                                                                                           30/06/14 

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Sophia e suas quatro patas

Como seria a voz dela?
Apenas ouço os seus latidos, e seu grande e lindos olhos que me fascinam,seu jeito desde pequenina.
Seus ouvidos,se podem se ouvir á distância os meus passos,eu me aproximando...Seu faro sempre atento a distinguir cheiros. Tudo mesmo, família, meu perfume, a sua ração, sua maçã, sua cenoura, seu danone de laranja e mel, os odores, distinguir até meu jeito de agir, tudo mesmo, você Sophia é 'Incrível'.
Sophia, sua raça clássica, conhecida por todos como 'cão-policial', mas para minha pessoa, tu és minha princesa, meu nenem, minha vida.
Não! Nada disso, você é minha segurança, que cuida de toda minha família. Mesmo com o seu jeito desastroso, brincalhona, ela é carinhosa, é esperta, ela é especial.
Consegue ouvir, difícil entender. Mas talvez seja por eu passar mais tempo contigo Sophia, nos fins de tarde, você Sophia visualiza quando me depara triste, e me ampara também, ou quando estou simplesmente quieta,baixo astral completamente,  tu consegue me fazer sorrir, com o seu olhar esbelto e um brilho essencial  que só você tem, me desejando abraça-lá , me faz  querer sentir, o que você sente, suas críticas, suas dores, suas opiniões, suas razões, poxa Sophia eu não sou mágica, mas posso compreender em seu gesto, e em seu olhar.
Como será este sentimento de Sophia?
Estou sentada escrevendo, enquanto ela está sentada também próximo à mim, ela não para de me olhar fixadamente à minha pessoa, parece querer falar algo, determinada.
O que será que ela está pensando neste exato momento? Será que está tentando decifrar o que eu estou escrevendo, mas creio que ela pode notar meu olhar de apaixonada por ela, minha linda, minha Sophia, minha.
Ou será que ela apenas me vendo escrever sobre ela? Para não perder nem um minuto se quer, sem minha presença. Risos.
Seus olhos são tão lindos princesa, e eu não me canso de dizer isto à você. O seu pelo macio, as suas patas. Quem me dera se eu pudesse conversar contigo, assim você não precisaria sempre estar me ouvindo, escutar eu dizer tantas coisas, desde as complexas, bobagens, sobre a vida, sobre os problemas, sobre o amor, sobre como está sendo o meu dia. Ouvir suas conclusões de tudo que eu a digo, me entende Sophia?
Queria ter segredos com você, assim como você guardar segredos que somente, somente mesmo nós duas sabemos.
Além da minha família, é você que sempre estará lá, me ouvindo desabafar, chorar, te abraçar, te dar broncas, te deixar brava, mas mesmo que você não solte nenhum rugido se quer,ou latido enquanto me escuta, tu Sophia sabes muito bem como me confortar.
São tantas palavras referente à Sophia,que até me perco ao expressar.
Ich Liebe Dich Sophia.


Posso resumir em pouquíssimas palavras.
Não há ninguém melhor para se confiar, que um ser de quatro patas, acredite. 

''Anne Schlick''




Para ela

Quando eu olho em seus olhos, eu sinto medo...
Mas, talvez este medo, me mostra se estou preparada, se é firme, forte o que eu sinto, se eu  realmente quero ficar, o medo me mostra se eu pretendo lutar. Lutar por você.
Mas quando você vira as costas, é como se tudo afundasse, minhas críticas, este medo, e a certeza, flutuassem, parassem, e apenas o que eu sinto é meus pulsos queimando por dentro, mas não de raiva, é como aquele sentimento do coração, batidas lentas e sufocantes, respiração mais intensas.
E quando seguro a sua mão, ou acaricio sua barriga, tento colocar todo o meu carinho que eu sinto por você em minhas mãos, para que nelas você possa  entender.
O quanto eu gosto de você.

''Anne Schlick''

terça-feira, 8 de julho de 2014

         

              Para ela

Depois de toda esta mudança em minha vida.
Pessoas de diversas cidades,
Com milhares de sorrisos...
Fiquei perplexa ao ver o seu,
Mesmo nesta diferença de idades
Ao enxergar seus olhos,pude ver os meus.

Vividos recordados,sentidos,lembrados,esquecidos e guardados.
Te vejo muito além do que pensa,
Lhe guardo a cada olhares,
Compreendo sua preocupação.

Mas me lembro que nada foi premeditado
Neste poema,deixo minhas saudades...
Apenas,pegue em minhas mãos e me leve para qualquer direção.

"Anne Schlick"


Não importa qual seja a natureza do ser, 
o princípio de igualdade requer que o sofrimento de alguém 
seja equiparado ao sofrimento de qualquer outro ser. 
-Earthlings


Não há despertar de consciência sem dor.
As pessoas farão de tudo chegando aos limites do absurdo,para evitar enfrentar a sua própria alma. Ninguém se torna iluminado por imaginar figuras de luz, mas sim por tornar consciente à escuridão.